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terça-feira, 1 de junho de 2010

Beltrame ressalta a importância das UPPs no Estado

A criação das UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) e as ações desenvolvidas à frente da Secretaria de Segurança do Rio conferiram prestígio e credibilidade a seu gestor, José Mariano Beltrame. O secretário, que ganhou mais um prêmio de agradecimento pelos serviços prestados ao Estado, na tarde desta segunda-feira (31/5), acredita que o reconhecimento deve-se às ações que visam controlar os territórios cariocas, antes dominados pelo tráfico, para combater o crime.

- A filosofia do Estado é o controle e combate ao crime, à violência, como consequência. Não resolvemos o problema, só fizemos parar um trem que vinha descarrilado. Tínhamos problemas graves de milícias com ramificações dentro das casas legislativas. O tráfico tinha o domínio em determinadas áreas, onde o Estado não se mostrava presente. O tráfico não acabou, mas tomamos o controle dos espaços – conta Beltrame.

Desde dezembro de 2008, mais de 800 militares treinados ocuparam 17 morros do Rio, beneficiando mais de 140 mil moradores. Até 2014, o governo prevê a implantação de mais 40 unidades, em cerca de 150 comunidades, que irão alcançar 500 mil pessoas.

A segunda etapa da polícia comunitária consiste em fazer um trabalho de cerco e prisão dos traficantes remanescentes, que, aos poucos, são denunciados pelos próprios moradores.

- A comunidade tem perdido o medo de falar, estamos contando com apoio deles. Na segunda etapa do trabalho, vamos prender os que restam, eles vão fugir ou perderão a vida em confrontos. Se entrarem com 10, 15 bandidos num morro, eu ponho 500 homens e corro com eles de lá - conclui Beltrame.

A afirmação do secretário é ilustrada pelas estatísticas: no morro Dona Marta, primeiro a receber o policiamento, os homicídios caíram 100%, o roubo de carros, 44%, e a apreensão de drogas aumentou 100%, nos dois últimos anos. Na Cidade de Deus, os homicídios e roubo de carros caíram 82%, enquanto a apreensão de drogas cresceu 55%, após receber a UPP, em fevereiro de 2009.

Para Beltrame, a política das UPPs não resolve o problema do tráfico, mas contribui para o controle total do Estado e deve ter como aliada todos os entes da União.

- Essa política faz com que as coisas caminhem. Na cidade, a sensação é de que algo se move, já que o processo de dominação começou há 40 anos e, de lá para cá, sucessivos governos não apenas ignoraram o problema, como alguns deles chegavam a negar sua existência. A questão só se resolve com o envolvimento efetivo da União, dos municípios, dos Estados, de todos. Não se pode fazer uma discussão em cima de episódios; é preciso uma ideologia de segurança, de muito investimento em estrutura, tecnologia, treinamento e, principalmente, capacidade de decisão – conclui.

Beltrame recebeu hoje, do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, medalha do Mérito Industrial do Rio de Janeiro, por se destacar pelos serviços prestados à indústria fluminense e ao país.

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