Em programa de TV, Dilma e Serra citam Deus e pedem votos de Marina

  No primeiro programa eleitoral da TV do segundo turno, os candidatos à Presidência do PT , Dilma Rousseff, e do PSDB , José Serra, agradeceram os votos recebidos, elogiaram Marina Silva e citaram Deus. Dilma disse que fará uma campanha de "valorização da vida" e que está "sofrendo na pele" uma campanha caluniosa. O programa da petista disse ainda que, num governo de Serra ou do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o Brasil não teria programas como o Bolsa Família. Já o candidato Serra disse sua campanha defenderá os "valores cristãos", enquanto o locutor ressalta que o tucano "sempre condenou o aborto" e nunca se envolveu em escândalos. O programa do tucano diz que o PT foi contra o Plano Real, que controlou a inflação.
No programa de Dilma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece defendo a petista e disse que também já foi vítima de mentiras.
- O que vocês estão vendo acontecer com a Dilma, aconteceu comigo no passado. Quando pessoas saíram do submundo da política mentindo ao meu respeito: dizendo que eu iria fechar as igrejas, mudar a cor da bandeira. Vieram as eleições e o que aconteceu? Mais liberdade religiosa, mais respeito à vida, mais democracia, mais comida na mesa, mais salário. Isso foi o que eu diz pelo Brasil. E isso é que Dilma vai continuar fazendo - disse Lula.
- Quero nesse segundo turno, acima de tudo, uma campanha em defesa da vida, uma campanha cheia de futuro e esperança no Brasil, com um compromisso com os nossos valores mais sagrados. E vamos debater com muita clareza qual dos dois modelo de governo estão são melhor para o nosso país. E fazer isso sem mentiras, sem ataques pessoais, sem agressões. Estou sofrendo na pele uma das campanhas mais caluniosas que o Brasil já assistiu. Mas, igual ao presidente Lula, que também foi vítima de calúnias, não me afastarei do rumo certo. Meu sonho é fazer o Brasil avançar ainda mais - acrescentou Dilma.
A locutora do programa de Dilma diz que a candidata está sendo vítima de uma campanha caluniosa na rede da internet, "da corrente do mal", mas afirma que Dilma é uma mulher honesta e que respeita as religiões". Ela pede que as pessoas entrem no site da campanha e respondam às mensagens com uma outra pensagem, da "corrente do bem". No programa, Dilma mostra que tem o apoio de 11 dos 18 governadores já eleitos, além de parlamentares. São mostrados depoimentos dos principais governadores eleitos, como Jaques Wagner (Bahia), Eduardo Campos (Pernambucano), Cid Gomes (Ceará) e Tarso Genro (Rio Grande do Sul), além de Marta Suplicy.
- Quero começar esse programa agradecendo a Deus por me ter concedido uma dupla graça: ter sido a candidata mais votada no primeiro turno e ter a oportunidade agora de discutir melhor minhas propostas e de me tornar ainda mais conhecida. Chamo sua a atenção para o fato: se a gente somar meus votos com os da candidata Marina Silva, a gente vê que cerca de 67% dos brasileiros querem uma mulher na Presidência. O Brasil que eu represento é aquele onde todos têm oportunidade de subir na vida e realizar os seus sonhos, é aquele Brasil que avançou bastante com o presidente Lula e está pronto para dar um grande salto. É aquele Brasil que está sendo construído com base num projeto concreto e não em falsas promessas - disse Dilma
Já o candidato do PSDB, José Serra, disse que quer fazer um "governo de união".
- Nesse segundo tucano, você vai poder comprar melhor os candidatos, quem tem ideias próprias, quem fica à sombra dos outros. E você me conhece: não mudo de opinião em véspera de eleição. Aproveito esse momento para renovar meus compromissos com o povo brasileiro, trabalhar por um Brasil com mais segurança e menos miséria. Queria me congratular com a Marina Silva pela votação expressiva. Ela contribuiu para o jogo democrático no Brasil. Com Deus, com amor no peito pelo Brasil, braços dados, cabeça erguida e o coração leve. Vamos à vitória pela Presidência e pelo Brasil - disse Serra, agradecendo os mais de 33 milhões de votos.
O programa também mostrou governadores eleitos, como Geraldo Alckmin (SP), Antônio Anastasia (MG), Beto Richa (PR) e Raimundo Colombo (SC), além do senador eleito Aécio Neves (MG).
O locutor diz que o PT de Dilma ficou contra Tancredo Neves e o Plano Real: "a Dilma ninguém sabe, ninguém viu. O PT não apoiou Tancredo contra Maluf, diferente do PT da Dima que se recusou a apoiar o Plano Real". O locutor diz ainda que Serra "sempre condenou o aborto e defendeu a vida".
- Em todos os cargos que ocupei, sempre trabalhei unindo as pessoas de bem, nunca tratei as pessoas porque são do partido A ou B. Precisamos de união. O Brasil dos nossos sonhos é o Brasil da economia forte - disse Serra.
O candidato tucano prometeu novamente o salário de mínimo de R$ 600 e o reajuste de 10% para aposentados. Depois de o locutor tratar da questão do aborto, aparece imagem de uma grávida, mostrando o programa "Mãe Brasileira".